Terapia de arroz

Fevereiro 26 2021

Marianne Latão

Comporta, um cantinho de paraíso entre o oceano e os arrozais

Aqui estamos na Comporta, um cantinho de paraíso intemporal localizado no Alentejo, a cerca de cem quilómetros a sul de Lisboa. Um refúgio tranquilo e discreto no meio de uma magnífica reserva natural, há muito mantida em segredo pelos seus frequentadores, que apreciaram a sua “tranquidade” e vieram fugir do tumulto das cidades.

Durante muitos anos, a maior parte do território pertenceu à família Espírito Santo, uma das famílias bancárias mais influentes de Portugal, que é na verdade uma reserva privada de 12 hectares. Após a sua falência, a Comporta abriu-se cautelosamente ao turismo, permitindo aos residentes ricos de Lisboa, bem como a várias celebridades estrangeiras, como Jacques Grange ou Christian Louboutin, descobrir o encanto único da região.

Comporta, um cantinho de paraíso entre o oceano e os arrozais

À primeira vista, a pequena aldeia da Comporta não parece grande coisa. Casas simples brancas bordadas em azul, cabanas com telhados de colmo, uma pequena mercearia com portas de vaivém de madeira, poucos transeuntes, algumas lojas de artesanato local….. Aqui não há bares, restaurantes barulhentos ou luxo ostentoso. É o elogio da simplicidade.

Depois, descobrimos uma natureza selvagem e preservada de rara beleza. Saboreamos o cheiro delicioso dos sobreiros e o calor do sol na pele. Passeamos pelas costas selvagens margeadas por praias de areia branca aparentemente intermináveis e ouvimos o som das ondas. Poderíamos passar horas contemplando o oceano... a visão da água nos acalma e ao mesmo tempo nos energiza. Nós nos sentimos bem.

Depois, observamos as cegonhas pelas vastas extensões de arrozais, que mudam de cor com as estações. Desde 1925 que os arrozais moldam a paisagem da Comporta e estão no centro da vida e da história da região. Para compreender melhor os impactos da cultura do arroz na história da Comporta, pode visitar o museu do arroz, que está instalado numa antiga fábrica de descasque de arroz datada de 1952.

Durante uma estadia na Comporta, é impossível perder o famoso pequeno porto de pesca sobre palafitas da Carrasqueira. Situado no final de uma estrada acidentada, este porto de encanto atípico, feito de bugigangas e que parece datar de outra época, serve de ancoradouro aos barcos de pesca da região.

Terá compreendido que a Comporta é única. Autenticidade e simplicidade misturam-se com elegância despreocupada. É o local ideal para um regresso ao básico, ao essencial, em harmonia com a natureza. Aqui não há complicações nem complicações... mas simplesmente felicidade.